4 de jul. de 2012

O MUNDO É CRUEL!



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Se fosse eu responderia, sem medo nenhum,  'então que se foda o mundo!.'
Que droga de mundo é esse que não se pode falar mais nada? Quando eu era criança fui chamada de tantas coisas, ganhei tantos apelidos, que perdi as contas; pense em qualquer tipo de crueldade infantil e você pode ter certeza que aconteceu comigo. Por um mero acaso eu morri? Precisei de psiquiatra? Virei marginal?
Depois de adulta, passei por cada situação que foi desde a clássica 'puxada de tapete' até preconceito por estar grávida…E daí? Desisti? Assumi postura de vítima ? Me tornei amarga? Não. Para cada paulada recebida, tonteava um pouco, respirava fundo e seguia em frente. E, crescia e aprendia com cada marretada. Nunca gostei de nenhuma, mas jamais as esqueci e são parte importante do meu aprendizado e sempre foram.
Agora, hoje as coisas mudaram de tal forma, e com tal intensidade, que qualquer palavra, qualquer ato podem até colocar você à margem da sociedade para sempre!
Pois então, pergunto de novo: "Que merda de mundo é esse em que vivo?" 
Quanto da minha ajuda ele teve para ficar nesse estado? Se falar a verdade, magoa; se mentir, magoa e pode te complicar; se não falar, se omite… e, assim vai, ou seja, a humanidade vai caminhando para o destino da mediocridade sem volta!
O engraçado que essa minha fala, lembra muito a fala dos antigos, dos avós, dos pais, em suma, traz de volta da memória as falas da infância com a família. Foram dizeres  que recordo nunca dei muita atenção e, quase sempre, desdenhava por não reconhecer como minhas. Ironia das ironias, hoje o que mais questiono é aquilo que minha família sempre me cobrou. Lógico, que em outro contexto e outra época, mas as reclamações são as mesmas: 'Olha como fala guria!', 'Cadê o respeito?', 'Cala a boca e ponha-se no seu lugar', 'Essa juventude de hoje está perdida!' - essa última então é a que mais tem martelado na minha cabeça!
A diferença agora é que não são apenas os jovens, são os adultos, são as crianças, são os idosos (ops, quase esqueci e coloquei 'velhos', mas não pode…).
Em um mundo onde nada pode ser dito e tudo tem de ser aceito, toda a voz que destoar da massa é fuzilada! Nem sei mais qual é a realidade que as pessoas têm visto, mas pelo jeito é muito diferente daquela que vi e vejo todos os dias. E que não é muito diferente do mundo de hoje. Só não percebe quem não quer. Continuamos tendo desigualdade salarial, preconceito entre sexos no emprego, empresários que tratam o trabalhador como menos que coisa, pessoas que não titubeiam em denegrir sua reputação e sua imagem e posso deixar para o leitor usar suas próprias memórias para encerrar esse parágrafo…com certeza, serão muitas!
Qual a diferença para hoje? Se inventar apelido, é o tal 'bullyng' e leva o pobre coitado para o psiquiatra na mais tenra idade. Capaz de criar um trauma real apenas por entrar no consultório. Se alguém te criticar, você processa. Pode não dar em nada, mas mata na dor-de-cabeça. Se roubarem suas idéias, fique quieto, porque vale apenas a justiça para quem as roubou. Tudo hoje se justifica porque nenhuma crítica pode ser profunda suficiente a ponto das pessoas perceberem a grande droga que elas são. Desculpa aí, droga é palavra pesada. Digamos, que são pessoas que ainda não foram vistas no seu momento de maior potencial.
Em suma, não reclame, não queira melhorar, não queira exigir porque mais cedo ou mais tarde esse povo envelhece e, com certeza, vão passar por isso ou morrem, e não incomodam mais! Isso vale, evidentemente, mais para mim do que para vocês!