29 de abr. de 2010

SACA?!!
Tenho ficado impressionado com a quantidade de mulheres sozinhas que me procuram, no consultório. Na categoria “mulheres sozinhas”, incluo também aquelas que estão em relacionamentos nos quais o parceiro está, mas não está, saca?! Não?! Eu também não, mas, acredite se quiser, esta é a categoria mais densamente povoada do meu gráfico relativo à população feminina da nossa espécie, no momento. Pelo menos, as que me procuram…
Como é um relacionamento no qual o parceiro está, mas não está? Ah, ele está, mas não tem compromisso nenhum de estar lá amanhã ou depois. Ele está “ficando” com ela (e com a torcida do Flamengo ao mesmo tempo) enquanto a “parada rolar”, saca?!
Algumas clientes me contam o mesmo roteiro: ela estava namorando um rapaz. Daí eles se separaram. Depois da separação, “ficaram” durante algum tempo e ele arrumou outra. E agora, como estão? Eu pergunto… Ah, agora a gente tá só de “rolo”, saca?…
Vejam, em um pequeno parágrafo, temos três categorias diferentes de relacionamentos: namoro, ficar e rolo. Não sei se sei claramente o que vem ser cada uma e a diferença entre elas, mas me parece que o que as caracteriza, são os teores de comprometimento com a relação, encontrados: o baixo, o baixíssimo e o quase inexistente, que seria uma espécie de “Coca-Diet” dos relacionamentos.
Traduzindo: Ela tinha um namorado. Eles tinham um relacionamento. Havia momentos, conflitos, negociações, resoluções de conflitos, sexo, que às vezes era bom, às vezes era ruim, e às vezes não rolava. Gozo, lágrimas, cobranças, baixarias, momentos sublimes… Eles saiam juntos para ir jantar, ir ao cinema, ir visitar os pais dela, os dele, a tia chata que está no hospital… Ele tinha que comprar um presente para ela no dia do aniversário dela, ela no dele… Dia dos namorados… Levar o cachorro para dar uma volta, dar uma dura no irmão menor dela, que não respeita ninguém… Um auxiliava o outro a estudar para o concurso, a prova da carteira de motorista… Ela lia o evangelho pra ele, que era ateu… Enfim, algo cheio de altos e baixos, momentos bons e ruins, alegres e tristes, que eles iam vivendo juntos, compartilhando. Tipo “Eduardo e Mônica”, saca?!
Estavam até pensando em noivar. Em 2012, se o mundo não acabar...
Então ele começou a achar ruim essa história, por que tudo isso estava “limitando a liberdade” dele, e ele é muito jovem e precisa “viver a vida”, saca?! Uai tchê, mas aquilo tudo lá que eles estavam vivendo juntos não é a vida? É o que então? O que é a vida, então? Mas ele achou (e os pais dele concordaram) que ele é “muito jovem para se comprometer”, e que precisa “aproveitar mais a vida”. Afinal, ele só tem trinta e cinco anos. Eles romperam o namoro.
Se você acha que cada um seguiu o seu rumo na vida, lambendo as feridas e cicatrizando o que ficou aberto, para se permitir uma nova relação com outra pessoa, você está completamente enganado. Eles agora inauguraram uma nova modalidade: o ficar. Eles “ficam”, de vez em quando.
Qual é a diferença? Bem, de toda aquela lista de coisas que eles faziam juntos, lá em cima, sobrou apenas o sexo, e sair, vez por outra para um jantar ou um cinema (cada um paga o seu, que fique bem claro). Ou seja, tira-se fora o ônus da relação, e fica-se apenas com o bônus. Filé sem osso, peixe sem espinhas, aquelas saladas que já se compram prontinhas para ir á mesa, não precisa nem lavar… Empacotadinho, você nem suja as mãos! Genial, não?!
E o que aconteceu nos capítulos seguintes? Bem, ele arrumou outra namorada. Mas, ele não era jovem demais para perder a sua “liberdade”? Sim, mas essa é gatíssima, e tem uns dez anos a menos, e… é malhadíssima, e… coisa de alma, espiritual, saca?! Coisa de outra vida! E a cliente? Eles se separam de vez? Você poderia perguntar. Acabou o “ficar”?
Sim e não… Mais ou menos… Eles agora não estão mais ficando, eles estão de “rolo”. Saca?! Agora, de toda aquela lista, só sobrou o sexo. E é sempre bom, porque ela agora é a “outra”, e sexo com a outra sempre é mais gostoso, saca?! Este sim é o supra-sumo da “relação free”, “amor” livre mesmo, a grande evolução da nossa espécie, o fast-food dos relacionamentos, só prazer, puro prazer… A Coca-Zero: o fast-foda. Nenhum compromisso meeeesmoooo! Nenhum sofrimento, nenhuma preocupação, nenhuma chateação. Até uma garota de programa, que recebe dinheiro explicitamente pelos seus serviços, recebe mais consideração....


GENTE O TEXTO É LONGO...KKKKK....AMANHÃ VAI O RESTO...AUTORIA DO TEXTO CARLOS MALTZ...AGRADECENDO A PARTICIPAÇÃO...MESMO QUE NÃO SAIBA!!!
BEIJOS SURTADOS!
REGINA e ROSANA
Clique Aqui e veja mais imagens