2 de mar. de 2012

Sexalescentes


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Se estivermos atentos, podemos notar que está aparecendo uma nova franja
social: a das pessoas que andam por volta dos sessenta anos de idade, os
sexalescentes. É a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque
simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica - parecida com a que, em
meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que
deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que
até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta, teve uma vida
razoavelmente satisfatória.

São homens e mulheres independentes que trabalharam muitos anos e que
conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram durante
décadas ao conceito de trabalho. Que procuraram e encontraram, há muito, a
atividade de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.

Talvez seja por isso que se sentem realizados... Os que já se aposentaram,
gozam plenamente cada dia, sem medo do ócio ou da solidão, crescem por
dentro, quer num, quer na outra.
Desfrutam a situação, porque, depois de anos de trabalho, criação dos
filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabem bem olhar para o mar, sem
pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um
5.ºandar...

Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e ativas, a mulher tem um
papel destacado. Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quando
as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as
suas mães nem tinham sonhado ocupar.

Esta mulher sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder que lhe deu o
feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da sua juventude, em que eram
tantas as mudanças, parou e refletiu sobre o que, na realidade, queria.

Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre
tinham sido exclusivamente para homens, outras escolheram ter filhos, outras
não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas, diplomatas...
Mas cada uma fez o que quis: reconheçamos que não foi fácil, e, no entanto,
continuam a fazê-lo todos os dias.

Não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta",
homens e mulheres, lida com o computador como se o tivesse feito toda a
vida. Escrevem aos filhos que estão longe (e vêem-se), e até se esquecem do
velho telefone para contactar os amigos - mandam e-mails com suas notícias,
ideias e vivências.

De uma maneira geral, estão satisfeitos com o seu estado civil e, quando não
estão, não se conformam e procuram mudá-lo.
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos.
Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota, e parte
para outra ...

Os maiores partilham a devoção pela juventude e as suas formas superlativas,
quase insolentes de beleza; mas não se sentem em retirada.
Competem de outra forma, cultivam o seu próprio estilo ... Os homens não
invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um
Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo. Em
vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma frase
inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.

Hoje, as pessoas na década dos sessenta estreiam uma idade que não tem nome.
Antes seriam velhos, e agora já não o são. Hoje têm boa saúde, física e
mental, recordam a juventude, mas sem nostalgias, porque a juventude ela
própria também está cheia de nostalgias e de problemas.

Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios...

Talvez por alguma secreta razão, que só sabem e saberão os que chegam aos 60
no século XXI...
(Autor desconhecido)

AGRADECENDO NOSSO AMIGO FANTE PELO
ENVIO DA CRÔNICA! VALEU LINDINHO!

BEIJOKAS SURTADAS,
REGINA

Sorria

ATÉ PORQUE FINAL DE SEMANA ESTÁ AÍ !!!
APROVEITEM POVO!