20 de ago. de 2013

pensando sobre a mídia...

DURANTE NOSSAS FÉRIAS, MUITAS COISAS ANDARAM ACONTECENDO...
ALGUMAS AGRADÁVEIS, MAS COMO SEMPRE A MAIORIA DESAGRADÁVEL!
O QUE MAIS VEM CHAMANDO A ATENÇÃO
É A MÍDIA EM GERAL E SUA MANIA DE ACREDITAR QUE TODAS AS PESSOAS NO MUNDO SÃO IDIOTAS...
ME PERGUNTO PORQUE ISSO...
MESMO NÃO TENDO A RESPOSTA, O MUNDO VIU A AGRESSÃO NO EGITO, AS DESGRAÇÅS NATURAIS, ENTRE OUTRAS NOTÍCIAS.
NO BRASIL, TUDO TEM SEMPRE DOIS LADOS OU MAIS...
EXISTE UMA MÍDIA QUE SE DIZ LIVRE E QUE TENTA LEVAR AO PÚBLICO EM GERAL IMAGENS E FATOS QUE NEM SEMPRE APARECEM NOS GRANDES VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO... POIS É... ENQUANTO ACHAMOS QUE HÁ UMA MÍDIA ALTERNATIVA, SAIU MATÉRIA DIZENDO QUE NÃO É BEM ASSIM... COMO TUDO TEM MAIS DE UMA VERSÃO, ESCOLHI COLOCAR O OUTRO LADO, PARA QUE TODOS POSSAMOS PENSAR E MELHORAR NOSSO SENSO CRÍTICO...
As novas mídias estão sob suspeita. Muitas perguntas. Poucas respostas e algumas conclusões. Qual é o objetivo do Mídia Ninja? Quem os financia? Será mesmo que o Movimento é horizontal e democrático? Existe algum partido ou grupo político por trás? Porque o Fora do Eixo (Fde)  quer dominar o cenário da produção cultural independente do Brasil? Há um interesse político ou empresarial nesses projetos?

Essas são algumas perguntas que vieram à tona esta semana, infladas, sobretudo, por uma série de denúncias de ex-colaboradores e produtores culturais que não estão nada contentes com o modo operacional do Coletivo.

Criado há mais de dez anos e com sede em vários estados brasileiros, o Fora do Eixo (Fde) é um coletivo artístico, midiático e político que trabalha na base da permuta, do voluntariado, da capitalização de leis de incentivo cultural pelo Brasil afora.

As denuncias são fortes: vai desde uma rede de pessoas que se sentiram lesadas por participarem de iniciativas culturais do Fde  e que não receberam sequer um real por isso, a pessoas que denunciam uma nova “modalidade de trabalho escravo”, de coação e de seita. No final, uma pergunta persiste: qual é o objetivo de tudo isso?

Protestos

Em junho, quando as passeatas e as manifestações ganharam as ruas de várias cidades brasileiras, o Mídia Ninja (sigla de Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) e a Pós TV foram alçados como referência de informação em tempo real sobre a onda de protestos e, com isso, ganharam a simpatia do público e de comunicadores que viam na empreitada de jovens jornalistas ninjas um novo gás para o jornalismo.

Se por um lado a mídia tradicional não conseguia (ou não podia) cobrir os protestos pelo lado político – apenas noticiando os confrontos com a polícia, engarrafamentos e atos de vandalismo, por outro o Mídia Ninja ficava horas e horas transmitindo, ao vivo, os protestos, ocupações em Câmaras Municipais e Prefeituras e, até mesmo as reuniões do coletivo.

Era de se admirar que jovens engajados pudessem ficar mais de 10 horas por dia narrando os fatos e transmitindo tudo ao vivo, via redes sociais, sobre todas as coisas que aconteciam nas mais diversas capitais. Passado o oba-oba em torno do Mídia Ninja, a própria mídia os viu como pauta e começou a querer saber quem são eles, como vivem, quem são, como surgiram. #GloboRepórterFeelings

Lupa

Na última segunda-feira (05/08), quando o programa Roda Viva, da TV Cultura, entrevistou Pablo Capilé, idealizador do Fora do Eixo (Fde), e Bruno Torturra, editor da Mídia Ninja, foi possível perceber um embate intelectual entre a mídia tradicional e as novas mídias.

A dificuldade dos “jornalistas mais antigos” de entenderam a dinâmica das redes sociais, do engajamento do público e da importância de todos falarem para todos, era visível. Mas, se os debatedores/entrevistadores soubessem de todas essas denuncias, provavelmente o tom do programa seria outro.

Do ponto de vista histórico – e porque não dizer midiático, o Mídia Ninja fez (ou faz) uma contribuição ímpar para a sociedade ao transmitir, sem filtro e sem noção, tudo aquilo que acontecia na onda de protestos e, posteriormente, nas ocupações nas câmaras municipais e prefeituras.

E por esse feito, é claro, que a mídia tradicional não ia deixar isso barato e, provavelmente, começaria com uma campanha para desmoralizar a independência editorial do movimento. Mas, os próprios Ninjas foram pegos com a “boca na botija”, mas especificamente o pessoal do Fora do Eixo, do qual eles estão intimamente ligados.

Denúncias

A situação chegou num ponto tão preocupante que os dissidentes do Fde – e pessoas que se sentiram lesadas com o projeto, criaram o Fora do Eixo Leaks (#FdELeaks) para, justamente, ser um espaço de reuniões de denúncias e provas contra as ações “obscuras” do Coletivo.

Em menos de uma semana, o site já apresenta três denuncias sérias e devidamente provadas com documentos vazados, além de estimular que outras pessoas possam enviar material para fomentar denuncias embasadas que serão devidamente apuradas e articuladas na internet.

Apesar do #FdELeaks ter sido criado com o objetivo de denuncia, é nas redes sociais que o debate tem ganhado novos contornos. Na última quarta-feira (07/08), a cineasta Beatriz Seigner publicou um texto em seu perfil no Facebook em que questiona a atuação do coletivo de produtores culturais do Fora do Eixo, acusando o grupo de não repassar cachês a ela e a outros artistas, mesmo recebendo financiamento para a realização destes festivais.

“Vejam que esperto: se Pablo Capilé dizer que vai falar num palanque, não iria aparecer nem meia dúzia de pessoas para ouvi-lo, mas se disserem que o Criolo vai dar um show, aparecem milhares. Ou seja, quem mobiliza é o Criolo, e não ele. Mas depois ele tira as fotos do show do Criolo, e vai na Secretaria da Cultura dizendo que foi ele e sua rede que mobilizou aquelas pessoas”.

Em outro trecho, a cineasta compara o Fora do Eixo a uma seita, pois eles só sabem falar para eles mesmos e deles mesmos. “E como elas vivem e trabalham coletivamente no mesmo espaço, gera-se um frenesi coletivo por produtividade, que, aliado ao fato de todos ali não terem horário de trabalho definido, acreditarem no mantra ‘trabalho é vida’, e não receberem salário. (...) O que faz com que, depois de um tempo, eles não consigam falar de outra coisa que não sejam eles mesmos. Sim, soa como seita religiosa”, questiona Beatriz. Para ver o depoimento completo, clique aqui.


No dia seguinte, a jornalista Laís Bellini também resolveu desabafar. Ela, que trabalhou por um ano na Casa Fora do Eixo de São Paulo, disse que tinha uma carga intensa de trabalho e de afazeres domésticos dentro do coletivo, além de não receber nenhum real pela dedicação e de sentir uma nítida divisão sexista das tarefas que nunca podiam ser questionadas.

Laís ainda faz uma revelação surpreendente sobre como funciona a parte orçamentária do Fde, uma vez que o coletivo não possui nota fiscal, nem é registrado como Pessoa Jurídica. "O Fora do Eixo é uma rede com vários coletivos. Quando existia em Cuiabá o Cubo eles tinham uma associação, a Asprogic, cuja presidenta, se não me engano, é a Lenissa. Em São Carlos, uma outra associação existia e se chamava Associação Caminho das Artes cuja presidenta depois de um tempo, se tornou a Carol. A partir disso, tem-se, ali dentro da cúpula do Fora do Eixo, duas pessoas que são presidentas de duas associações, portanto, que podem emitir notas, e podem emitir, portanto, notas de serviço a outras organizações", revela Laís. Para ler o depoimento completo, clique aqui.


Anteriormente a essas denuncias nas redes sociais, está sendo compartilhado um artigo publicado no ano passado do qual se destaca como o Fora do Eixo quase acabou com a cena cultural independente de Belo Horizonte e destruiu o trabalho do festival BH Indie Music, criado pela cantora paulista Malu Aires, que há anos mora na capital mineira.

"O Fde então é uma marca nociva ao mercado novo de música? Sim. Desinformou a cena, desestruturou o mercado oferecendo mercadoria de graça, explorou a produção artística para arrecadação de verba pública, criou a ideia de que artista bom é artista solidário e disse para as bandas que a música que elas criam não vale nem o download, nem a execução. Para desbancar o Fde aprendemos aqui que é melhor ignorá-los", diz um trecho do artigo publicado no site Dynamite Online.

No meio de tantas denúncias que ainda não tiveram um posicionamento claro e preciso do Fora do Eixo fica a pergunta: qual é a credibilidade de um grupo que reivindica justiça social sem debate, de maneira vertical, mesquinha e exploradora? Como cobrar ética dos políticos se internamente não há isso no grupo? O povo não é bobo. E a informação circula o tempo todo. Ainda bem que o gigante acordou, inclusive para isso.


FONTE, TEXTO & IMAGEM WANDER VARONI


FICA A QUESTÃO...
BOA SEMANA POVO SURTADO!
BEIJOKAS,